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Público 24/09/2015 - 13:05

 

Pela primeira vez, o abrigo em Svalbard, na Noruega, onde são guardadas amostras de todo o mundo, teve um pedido de sementes. Este contentor gelado foi pensado para resistir a cenários de catástrofes.

A guerra civil na Síria obrigou, pela primeira vez, a abrir-se o cofre-forte das sementes, inaugurado em 2008 numa zona montanhosa no Árctico, anunciaram as autoridades norueguesas.

As sementes, que incluem amostras de trigo, de cevada e gramíneas, adaptadas ao cultivo em regiões secas, foram pedidas por investigadores no Médio Oriente para substituir sementes do banco genético que existia perto da cidade síria de Alepo, devastada pela guerra que dura desde 2011.

“Proteger a biodiversidade do mundo é precisamente a propósito do Cofre-Forte de Sementes Global de Svalbard”, disse Brian Lainoff, o porta-voz do Crop Trust, a associação sem fins lucrativos que assegura a conservação e a disponibilidade da diversidade de colheitas de cultivo, e que gere este armazém construído no subsolo da ilha de Svalbard, na Noruega, que fica situada a 1300 quilómetros a sul do Pólo Norte.   

O cofre, que começou a funcionar em 2008, foi construído para proteger as sementes de cultivo – como feijões, arroz ou trigo – contra as piores calamidades que podem acontecer, desde a guerra nuclear até doenças.

Tem mais de 860.000 amostras, oriundas de todos os países. Mesmo que haja um corte na electricidade, o cofre ficará gelado e fechado durante pelo menos 200 anos.

O banco genético de Alepo tem funcionado parcialmente, incluindo o armazém frio, apesar do conflito na Síria. Mas deixou de poder garantir as funções de ser um pólo regional de cultivo de sementes e distribuição para outros países, principalmente no Médio Oriente.

Grethe Evjen, uma especialista do Ministério da Agricultura da Noruega, disse que as sementes foram pedidas pelo Centro Internacional de Investigação Agrícola das Regiões Secas. O centro tinha sede em Alepo, mas em 2012 passou para Beirute, no Líbano, por causa da guerra na Síria.

O instituto pediu cerca de 130 caixas das 235 que depositou no cofre, com um total de 116.000 amostras, disse Evjen à Reuters. As sementes vão ser enviadas assim que os documentos acabarem de ser preenchidos.

Será a primeira vez que se vai retirar sementes do cofre, segundo Grethe Evjen. Muitas vindas da colecção de Alepo têm características de resistência à seca, o que faz delas variedades capazes de resistirem a alterações climáticas e interessantes para utilizar nas regiões secas da Terra, da Austrália a África.

A guerra na Síria já decorre há quatro anos e estima-se que tenha morto 250.000 pessoas. Onze milhões foram obrigadas a fugir das suas casas, 7,6 milhões estão neste momento deslocadas dentro do país.

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DN, <input ... >23 Fevereiro 2012

A planta de flores "silene stenophylla', que viveu há 30 mil anos, voltou a florescer graças ao trabalho de uma equipa de investigadores russos que descobriram as sementes congeladas no gelo da Sibéria, a 38 metros de profundidade, e conseguiram fazer nascer novos espécimes usando os tecidos preservados durante milénios.

A chave da ressurreição está no pergelissolo (ou permafrost), a camada de solo congelado que se estende por milhares de quilómetros quadrados no Ártico, onde está armazenado um grande banco de sementes e organismos congelados desde há milénios. Os cientistas já haviam conseguido reavivar diversos microorganismos, mas até agora não tinham conseguido encontrar restos viáveis de plantas com flor.

O progresso alcançado agora por David Gilichinsky e os seus parceiros da Academia Russa de Ciências foi publicado na revista PNAS, num artigo que explica como desenterraram os frutos e as sementes de "silene stenophylla", uma planta herbácea do Pleistoceno - época do período Quaternário da era Cenozoica do éon Fanerozoico que está compreendida entre 1 milhão e 806 mil e 11 mil e 500 anos atrás, aproximadamente.

Os restos faziam parte da "despensa" de um roedor pré-histórico, uma espécie de esquilo que enterrou a comida num local perto do rio Kolyma, no nordeste da Sibéria.

As sementes foram encontradas a uma profundidade de 38 metros, em sedimentos que estiveram sempre em temperaturas negativas.

Uma vez recolhidas as amostras, datadas pelo método de radiocarbono como tendo 30 mil anos, os investigadores da Academia Russa de Ciências replicaram a planta através da cultura dos tecidos e micropropagação de onde resultaram clones da planta obtidos a partir da germinação dos frutos congelados debaixo do gelo.

As plantas cresceram e floresceram uma no depois e voltaram a dar frutos com sementes.


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