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Agroportal, 2010.04.12

Dacian Ciolos, membro da Comissão Europeia responsável pela Agricultura e o Desenvolvimento Rural, lança hoje um debate público sobre o futuro da política agrícola comum (PAC) na União Europeia. Desde a sua criação, a PAC tem sempre sido adaptada de forma a fazer face aos desafios do seu tempo. Nos últimos anos, nomeadamente em 2003 e aquando do «exame de saúde» da PAC de 2008, foram efectuadas reformas significativas, com o objectivo de modernizar o sector e de o orientar mais para o mercado. A estratégia Europa 2020 abre uma nova perspectiva. Neste contexto, a PAC pode reforçar a sua contribuição para o desenvolvimento de um crescimento inteligente, global e sustentável, respondendo aos novos desafios da nossa sociedade, nomeadamente aos desafios económicos, sociais, ambientais, climáticos e tecnológicos. Deve igualmente ter mais em conta a diversidade e a riqueza dos agricultores dos vinte sete Estados-Membros da UE. O debate agora aberto incide nos objectivos futuros da PAC, na nova perspectiva da estratégia Europa 2020. A discussão sobre os meios terá lugar mais tarde.

«A política agrícola comum não é só para especialistas. É, sim, a política de todos os Europeus. Há que ouvir os cidadãos europeus e recolher as ideias e atender às expectativas de todos os intervenientes na sociedade», declarou Dacian Ciolos. «Aguardo não só as reacções e reflexões dos agricultores, mas também as das associações de protecção do ambiente, de consumidores e de bem-estar dos animais. Há que alargar o debate ao maior número possível de participantes. O conjunto da sociedade beneficia desta política comum europeia através da alimentação, da gestão de territórios e da protecção do ambiente. É, pois, normal que os cidadãos tenham o direito de emitir a sua opinião e disponham de tempo para o fazer», acrescentou o Comissário.

A Comissão Europeia apresentará no final do ano uma comunicação sobre o futuro da PAC após 2013. Mas, antes de apresentar as primeiras orientações políticas sobre este sector estratégico, e a fim de contribuir para os trabalhos que antecedem o processo de decisão, Dacian Ciolos lança um debate público sobre o futuro da política agrícola comum, seus objectivos, princípios e contribuição para a estratégia «Europa 2020».

A fim de recolher as contribuições para este debate, Dacian Ciolos anunciou o lançamento de um sítio internet (http://ec.europa.eu/agriculture/cap-post-2013/debate/index.htm), que permanecerá aberto até Junho de 2010. A síntese das contribuições será em seguida efectuada por um organismo independente. Em Julho de 2010, a Comissão Europeia organizará uma conferência de síntese do debate público, esperando retirar dessa síntese ideias fortes para construir a sua comunicação sobre a PAC após 2013, que deverá ser apresentada no final de 2010.

Além da contribuição que a PAC pode dar para o desenvolvimento da estratégia Europa 2020, o debate público centra-se nos quatro temas seguintes:

Porquê uma política agrícola comum europeia?

Quais os objectivos que a sociedade atribui à agricultura em toda a sua diversidade?

Porquê e de que maneira reformar a PAC de modo a que esta responda às expectativas da sociedade?

Quais os instrumentos para a PAC de amanhã?

No seu discurso à Comissão da Agricultura (COMAGRI) do Parlamento Europeu, Dacian Ciolos refere, para além desses temas essenciais, uma série de questões mais pormenorizadas sobre os problemas do abastecimento alimentar na Europa e no mundo, o emprego nas zonas rurais, a gestão sustentável dos recursos naturais, as alterações climáticas, a volatilidade dos preços, a compreensão das ajudas por parte dos cidadãos, o equilíbrio da cadeia alimentar e a competitividade da agricultura europeia.

Fonte:  CE

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A Associação dos Produtores de Milho considerou hoje ter chegado a hora de se considerar a produção de milho em Portugal e na Europa como «uma questão estratégica» e de se definir um novo modelo de desenvolvimento agrícola.

«Chegámos à altura de fazer opções políticas claras sobre o que é que os governos europeus querem acerca da produção agrícola, mais especificamente de milho e definir se queremos ser produtores ou consumidores», disse à agência Lusa o presidente da ANPROMIS - Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo, Luís Vasconcellos e Souza.

Até quinta-feira, a ANPROMIS realiza o VII Congresso Nacional do Milho, em Lisboa, que contará com a presença de especialistas, investigadores universitários, produtores e agentes do sector, com vista a debater os desafios que se colocam a esta fileira.

De acordo com o presidente da ANPROMIS, «os agricultores têm essencialmente uma função que é a de produzir alimentos para as populações. No caso da população europeia trata-se de um conjunto de mais de trezentos e milhões de habitantes que necessitam de alimentos».

«No passado houve uma política sustentada para assegurar que essa produção era contínua e consistente, mas chegámos a um ponto em que a Europa tem de ter também como prioridade uma nova política de produção própria para si», afirmou.

Durante este dois dias de trabalhos, o que se tem de dizer «é que chegou a altura» de fazer opções políticas claras sobre a produção agrícola de milho.

Luís Vasconcellos e Souza questionou qual é o papel dos agricultores na Europa «como produtores e também na óptica da salvaguarda das grandes zonas agrícolas para produção de milho no continente europeu».

O congresso pretende, durante dois dias, enquadrar estas questões numa nova visão sobre a produção agrícola, ajudando a Europa a definir qual o novo modelo de desenvolvimento agrícola rural para o futuro.

Segundo Luís Vasconcellos e Souza, a questão da produção de milho era fundamental em todos os grandes blocos políticos mundiais grandes, se ainda é assim.

No caso português a ANPROMIS, refere que Portugal é dos maiores produtores a nível europeu por unidade de terra cultivada, consumindo anualmente 1,2 milhões de toneladas anualmente, isto é, metade do que importa. Daí que em zonas irrigadas como a do Alqueva se pudesse produzir milho, tornando o país auto-suficiente nos próximos anos, concluiu.

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Escrito por CienciaPT   
09-Feb-2010

A Comissão Europeia anunciou, oficialmente, o vencedor do concurso europeu para o novo logótipo para produtos biológicos da EU. Ao longo dos últimos dois meses, cerca de 130 000 pessoas escolheram por voto electrónico o novo símbolo biológico, entre três finalistas.

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O projecto vencedor é da autoria de Dusan Milenkovic, estudante na Alemanha, que recebeu 63% do total de votos pelo seu desenho da «Eurofolha». A partir de 1 de Julho de 2010, o logótipo biológico da UE será obrigatório em todos os produtos biológicos pré-embalados produzidos em qualquer dos Estados-Membros e que respeitem as normas aplicáveis. Nos produtos importados será facultativo. Juntamente com o rótulo da UE, poderão figurar outros logótipos privados, regionais ou nacionais. O regulamento relativo à produção biológica será alterado dentro de algumas semanas, para incluir o novo logótipo num dos seus anexos.

«Estou muito satisfeita por dispormos já de um logótipo biológico para a União Europeia», declarou Mariann Fischer Boel, Comissária da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, de quem partira a proposta de um concurso para a selecção do logótipo. «Este exercício valorizou o perfil dos alimentos biológicos. Temos agora um logótipo com o qual todos poderão identificar-se. O desenho é bonito e elegante. Espero poder comprar produtos portadores deste logótipo a partir de Julho próximo.»

O logótipo vencedor resultou de um concurso à escala europeia, facultado a estudantes de arte e design. Um júri de renome internacional apreciou os cerca de 3500 projectos concorrentes. Os três melhores logótipos foram então inseridos no sítio Web do concurso (www.ec.europa.eu/organic-logo) e sujeitos a uma votação online que terminou a 31 de Janeiro de 2010.

O desenho da «Eurofolha» apresenta as estrelas da UE formando uma folha, em fundo verde. Trata-se de um símbolo simples e directo, com duas mensagens claras: Natureza e Europa.

Os três primeiros classificados serão galardoados pela Direcção-Geral da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, da Comissão Europeia, com prémios de 6000, 3500 e 2500 Euros, numa cerimónia oficial a realizar em Bruxelas em Julho de 2010.

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20 anos da Agro.Ges

por papinto, em 27.01.10

A Agro.Ges - Sociedade de Estudos e Projectos organizou na semana passada (20 de Janeiro), a propósito da comemoração do seu vigésimo aniversário, um debate sobre o tema "Evolução dos objectivos e desafios que o sector deverá enfrentar após 2013 e consequente modelo de intervenção europeia" a que chamou «Duas Visões, duas opiniões, dois colaboradores da AGRO.GES».

O prato forte da sessão consistiu nas apresentações feitas pelo Eng.º Armando Sevinate Pinto e pelo Professor Francisco Avillez intituladas respectivamente "Uma nova PAC na União Europeia? Um novo debate - Preocupações e Propostas" e "As Políticas Públicas de Apoio à Agricultura na União Europeia: Que Futuro?", às quais se seguiu um debate.

Para alguns dos presentes, as posições defendidas poderiam classificar-se, de uma forma simplista, "conservadora" e "nacionalista" uma e "europeísta" e "liberal" a outra.

A sessão contou com a presença do Ministro da Agricultura, Professor António Serrano, que proferiu uma alocução antes do debate, e do Secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e Florestas, Eng.º Rui Barreiro.

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Agroportal, 20100102

A Presidência espanhola do Conselho da União Europeia, que decorre de 01 de Janeiro a 30 de Junho de 2010, considera prioritário continuar os debates sobre o futuro da PAC para além de 2013. Continuam a estar plenamente actuais os objectivos da PAC e o seu valor acrescentado de promoção da segurança e da qualidade agro-alimentar, a sustentabilidade e a inovação, assim como na luta contra as alterações climáticas, a conservação da biodiversidade e a eficiente gestão da água. A adaptação da PAC a uma realidade de mudança e a um sector mais competitivo e eficiente implica um processo contínuo de reformas, para as quais se devem garantir os recursos suficientes a fim de poder atender aos objectivos desta política comum. Além disso, vão ser acompanhadas as negociações no âmbito da OMC, sendo dada especial atenção à parte agrícola. Também se abordará a evolução do mercado lácteo tendo em vista a  eliminação do sistema de quotas.

Consideramos prioritária a melhoria da competitividade da agricultura e da indústria agro-alimentar europeia, bem como o aumento do valor acrescentado dos produtos agro-alimentares comunitários e o fomento do modelo de produção europeu. Para isso, há que assegurar a igualdade de condições entre os produtores europeus e os de terceiros países no cumprimento de requisitos de sanidade animal, sanidade vegetal, saúde pública e bem-estar animal. Também se prestará atenção ao bem-estar animal e à identificação electrónica de bovinos.

O fomento de um meio rural vivo, dinâmico e sustentável é essencial para o nosso presente e para o nosso futuro. Em linha com a promoção da igualdade efectiva entre mulheres e homens em todas as suas manifestações, fomentar-se-á o papel que desempenha a mulher na agricultura e no meio rural.

Pesca

A Presidência espanhola concederá atenção preferencial à Revisão da Política de Pesca Comum, que terminará em 2012. Será impulsionada uma gestão da actividade pesqueira que assegure a sua viabilidade económica, social e ambiental. A Presidência espanhola velará por una exploração dos recursos pesqueiros baseada em critérios de sustentabilidade e no respeito dos objectivos socioeconómicos e eco-sistémicos, e promoverá o reconhecimento destes princípios a nível comunitário e internacional. As actuações nesta matéria deverão completar-se com o fomento do comércio pesqueiro responsável.

Fonte:  www.eu2010.es

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Responsáveis da Direcção Geral de Agricultura da Comissão Europeia confirmaram à Federação Espanhola de Associações de Produtores Exportadores de Frutas, Hortaliças, Flores e Plantas Vivas (FEPEX) que a negociação do protocolo agrícola do Acordo de Associação entre a UE e Marrocos está concluída e só está pendente a adopção por parte do Conselho de Ministros de Assuntos Gerais, noticia o Agrodigital.

 A FEPEX rejeita as condições conhecidas do Acordo porque vai afectar muito negativamente as produções mediterrânicas de frutas e produtos hortícolas.

O Acordo prevê praticamente a liberdade total de acesso ao mercado comunitário de todas as frutas e hortícolas procedentes de Marrocos, estabelecendo contingentes apenas para os seis produtos seguintes que se consideram sensíveis: tomate, curgete, pepino, alho, clementina e morango. Para estes produtos fixam-se contingentes muito superiores aos estabelecidos no Acordo anterior.

No caso do tomate as concessões passarão de um contingente base de 185.000 toneladas, estabelecido no acordo actual, para 257.000 toneladas no ano de 2013, o que representa um aumento de 39%. O contingente adicional estabelecido no novo Acordo será de 28.000 toneladas. No caso da curgete, o contingente passa de 25.000 para 50.000 toneladas e o de pepino de 5.600 toneladas para 15.000. O contingente de clementina passa de 130.000 para 175.000 toneladas. O contingente de alho passa de 1.000 para 1.500 toneladas e no caso do morango abrem-se novos contingentes de 3.600 toneladas e 1.000 toneladas nos meses de Abril e Maio respectivamente, períodos extremamente sensíveis para a produção ibérica.

Nos restantes produtos liberaliza-se praticamente a sua exportação para a UE, estabelecendo-se uma isenção total dos direitos alfandegários ad valorem, enquanto se reduz em 30% o preço de entrada para a quase totalidade da fruta de caroço e da uva de mesa, assim como para os cítricos.

Para a FEPEX, o Acordo, nas condições conhecidas, terá uma incidência especialmente negativa nas regiões espanholas produtoras de Andaluzia, Múrcia, Valência, Canárias e Estremadura, afectando especialmente as produções hortícolas intensivas e de fruta precoce, com a consequente destruição de emprego e exportação. Por isso, a FEPEX entende que determinadas concessões não podem ser aceites pelo sector espanhol, considerando necessária a revisão do Acordo alcançado pela Comissão Europeia, que deve ser ratificado pelo Conselho de Ministros.

A FEPEX considera que não se valorizou, por parte das autoridades responsáveis da negociação, o impacto que terá o Acordo nem se adoptou, apesar do largo período de negociação, nenhuma medida política de carácter social, nem de reestruturação, nem de modernização das explorações que permita fazer frente à concorrência de Marrocos, que com uns salários 15 vezes inferiores aos espanhóis vai a provocar uma forte deterioração dos mercados comunitários em todas as produções afectadas.

As exportações de Marrocos de frutas e hortícolas para a UE no ano de 2008 ascenderam a 958.141 toneladas, seguindo uma tendência crescente constante. Em relação a 2007 a exportação marroquina aumentou 11,5% e nos últimos cinco anos, desde 2004, cresceu 32%. As principais hortícolas exportadas por Marrocos são o tomate, feijão verde, batata, pimento e curgete e as principais frutas são cítricos, melão, morango e uva de mesa.

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Tal como cá....

por papinto, em 27.11.09
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Milhares de agricultores e viticultores manifestaram-se hoje em Madrid contra a crise profunda que o sector atravessa, ameaçado de "ruína", segundo afirmaram, e exigem ajudas governamentais.

De acordo com os organizadores do movimento, 500 mil pessoas marcaram presença em Madrid para exigir ao Governo socialista de Zapatero medidas urgentes de apoio.

"O campo vai à ruína mobiliza-te" foi a palavra de ordem dos manifestantes que paralisaram o centro da capital espanhola, denunciando os preços excessivamente baixos dos seus produtos e exigindo uma actuação rápida do Governo de ajuda ao sector.

"É necessário manter os preços. Produzir um quilo de azeitonas custa-me três vezes mais que o preço de venda", disse Antonio Sanchez, olivicultor na Extremadura (Sudoeste Espanha).

As três organizações que marcaram esta manifestação, a ASAJA, COAG e UPA, denunciam a falta de "rentabilidade" do sector e afirmam que os ganhos agrícolas baixaram 26 por cento em Espanha entre 2003 e 2008, enquanto 140.000 empregos foram perdidos.

Paralelamente, os custos da produção aumentaram 34 por cento, segundo os organizadores que denunciaram as práticas "oligopolisticas" da cadeia de distribuição alimentar e os elevados preços junto dos consumidores.

"A couve-flor que vendemos a 30 cêntimos é vendida a 1,5 euros nos supermercados, é necessário partilhar, é uma injustiça", disse Fernando Ambros Carpi, responsável de uma cooperativa de produtos frescos em Arco de La Frontera (Sul de Espanha).

In: Agro-Portal, 21 de Novembro de 2008

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O futuro da PAC

por papinto, em 18.11.09

O Futuro da Política Agrícola Comum (PAC): Contributo para um debate urgente


 

 Francisco Avillez

Um grupo de economistas agrícolas da UE decidiu preparar uma declaração conjunta que pretende ser um contributo para o debate sobre o futuro da PAC, no momento em que se iniciam as discussões no contexto da reforma do orçamento comunitário.

Esta declaração, de que sou um dos 22 signatários, intitula-se "A Common Agricultural Policy for European Public Goods: Declaration by a Group of Leading Agricultural Economists" e vai ser apresentada hoje, 18 de Novembro, à comunicação social em Bruxelas.

Durante esta última semana têm vindo a ser publicados na comunicação social dos diferentes Estados Membros da UE, artigos que apresentam de forma resumida o conteúdo da referida declaração. Esta exprime o máximo consenso que foi possível alcançar sobre esta problemática entre académicos e investigadores que, como eu, não se revêem, necessariamente, na totalidade do texto assinado, nomeadamente no que se refere à importância relativa a atribuir no futuro a alguns dos diferentes tipos de orientações preconizadas.

Dada a necessidade de debatermos entre nós o futuro da PAC, pareceu-me ser útil fazer chegar aos leitores do AGROPORTAL a tradução do texto integral da declaração em causa. Faço-o com o objectivo de contribuir para uma discussão alargada sobre as vantagens e inconvenientes das ideias propostas, para o futuro da agricultura e do mundo rural da UE em geral e de Portugal em particular.

É o seguinte o texto da declaração em causa.

"Uma Política Agrícola Comum orientada para os Bens Públicos Europeus: 
Declaração de um Grupo de Economistas Agrários de Primeira Linha

A Política Agrícola Comum (PAC) está a precisar de uma reforma. A negociação iminente de um acordo orçamental para o período pós-2013 oferece uma oportunidade real de tratar das alterações necessárias. Se a Europa pretender fazer as opções correctas, é essencial promover um debate público alargado. Desejamos contribuir para esse debate.

Desde 1992, os mecanismos de apoio aos preços têm progressivamente vindo a ser transformados em pagamentos desligados da produção (Regime de Pagamento Único). Isso minimizou os efeitos colaterais negativos da PAC. A PAC actual gera menos distorções na agricultura europeia e global, e prejudica menos os agricultores pobres dos países em vias de desenvolvimento. Contribui igualmente para uma redução dos incentivos à promoção de práticas prejudiciais para o ambiente. Não obstante, o Regime de Pagamento Único confere benefícios muito irregulares aos Estados Membros e aos agricultores individuais, sem contribuir para a concretização de objectivos claros de distribuição de rendimento, de desenvolvimento rural ou de protecção ambiental. O apoio ao desenvolvimento rural e à protecção ambiental é frequentemente justificado, mas quase sempre implementado ineficazmente. Para além disso, os restantes elementos dos velhos mecanismos de apoio de mercado da PAC continuam a ser problemáticos para os parceiros comerciais da UE, enfraquecendo a posição negocial da EU no seu esforço para desmantelar as políticas excessivamente proteccionistas à escala mundial e para assegurar uma conclusão com êxito da Ronda de Doha para o Desenvolvimento.

Chegou o momento de reconceber a PAC de modo a fortalecer os seus efeitos positivos. Só se a PAC ajudar de modo eficiente a promover os interesses da sociedade será legítima aos olhos dos nossos cidadãos e viável a longo prazo. A UE deveria envolver-se apenas no financiamento e regulamentação do sector na medida em que ajuda a promover estes objectivos mais amplos, e em particular nos casos em que os efeitos das políticas se façam sentir para além das fronteiras nacionais. De outro modo, as políticas deveriam reflectir o princípio da subsidiariedade. As políticas sociais e de redistribuição deveriam ser deixadas às autoridades nacionais e subnacionais, que se encontram em melhor posição para ir ao encontro das necessidades e preferências locais. Uma concorrência leal no mercado interno pode ser alcançada através da supervisão da UE e não implica um financiamento significativo por parte da UE.

Os objectivos da futura PAC

Podem ser identificados quatro tipos de objectivos para a PAC: aumentar a eficiência e a competitividade económicas, assegurar a segurança alimentar, alterar a distribuição de rendimentos e promover os bens públicos. No entanto, apenas o último destes objectivos fornece uma base sustentável para a futura PAC.

1. Eficiência e competitividade económicas: De um modo geral, a melhor maneira de conseguir um sector agrícola orientado para a procura, mais inovador e mais competitivo é através de mercados que funcionem bem e não da intervenção estatal. Mas a UE tem um papel legítimo a desempenhar no encorajamento da investigação e desenvolvimento, tanto no sector público como no privado, uma vez que os benefícios da investigação e desenvolvimento são muitas vezes partilhados através das fronteiras, e os Estados Membros podem ganhar em congregar os seus esforços neste âmbito. Um tal apoio por parte da UE tem, no entanto, uma melhor integração na política de investigação existente na UE, que dispõe das competências necessárias, não sendo para tal necessário que faça parte da PAC.

2. Segurança alimentar: A UE tem o poder de compra necessário para adquirir bens alimentares e matérias primas agrícolas no mercado mundial, mesmo quando os respectivos preços se encontrem em alta. A segurança alimentar não se encontra, portanto, actualmente ameaçada na UE. Os agregados familiares pobres ainda podem ser afectados por períodos de preços elevados, mas a melhor maneira de os ajudar é através de esquemas de protecção social. Ainda para mais, a UE poderia tomar medidas para aumentar a sua própria produção se tal fosse necessário. Em reacção à subida dos preços, os agricultores poderão aumentar as áreas de cultivo, usando métodos de exploração mais intensivos, alterando os padrões de produção e aumentando a respectiva produtividade.

Preparar a UE contra ameaças futuras e manter a capacidade de produção em caso de escassez persistente, continuam a ser objectivos legítimos. Para esse fim, os pagamentos específicos - por exemplo para preservar a fertilidade dos solos ou os recursos hídricos, e manter um nível mínimo de actividade agrícola - serão mais eficazes do que subsídios pontuais de emergência para manter os níveis existentes de produção ou emprego agrícolas.

No contexto internacional do aquecimento global, de recursos hídricos limitados e de uma população em crescimento permanente, a segurança alimentar a nível mundial é de facto um problema. Mas não é legítimo invocar argumentos de segurança alimentar a nível mundial para justificar a PAC actual. O dinheiro com que se pretende reduzir a fome e a pobreza em países terceiros seria mais bem aplicado investindo em investigação e infra-estruturas agrícolas nos países em vias de desenvolvimento, do que orientá-lo para a produção agrícola na UE.

3. Distribuição do rendimento: Embora em certos Estados Membros os rendimentos dos agregados familiares dos agricultores estejam abaixo do rendimento médio no sector não agrícola, podendo mesmo estar abaixo da linha de pobreza nacional, os subsídios agrícolas não constituem um instrumento eficaz de política social. Se o apoio público depende da produção agrícola ou da propriedade de terras, os agricultores com níveis de rendimento mais elevados e os proprietários rurais acabam por receber o grosso dos apoios. Ao invés, os apoios públicos deveriam ser dirigidos aos agregados familiares com baixo rendimento, independentemente do sector em que exercem a sua actividade.

As assimetrias de rendimento ainda são grandes entre as regiões europeias e os Estados Membros. A Coesão é um princípio importante numa UE com 27 estados diferentes, mas os resultados obtidos pela PAC neste âmbito são frustrantes. O apoio agrícola não é direccionado às regiões ou Estados Membros mais desfavorecidos, e as respectivas despesas públicas não representam, necessariamente, aquilo de que os beneficiários mais precisam para desenvolver as suas economias.

4. Bens públicos rurais: Os agricultores criam muitas vezes bens públicos valorizados pelas sociedades, mas que não são suficientemente remunerados pelo mercado. Tais bens públicos podem incluir protecção ambiental, conservação da biodiversidade, fertilidade dos solos e qualidade da água, preservação da paisagem, segurança alimentar, saúde animal e vegetal, e desenvolvimento rural. Alguns desses bens públicos são por natureza mais globais, como a biodiversidade, e carecem de acção por parte da UE. Outros, como as paisagens, deverão, com maior legitimidade, ser abordados pelas autoridades nacionais ou locais.

Protecção ambiental: Alguns bens públicos de carácter ambiental poderão justificar apoio por parte da UE. Um que é óbvio é a luta contra as alterações climáticas, que representa um desafio global que justifica uma resposta supranacional. A monitorização das emissões de gases com efeito de estufa por forma a aplicar esquemas de cap and trade (limitação e comércio de emissões) ou taxas sobre emissões de CO2 é difícil na agricultura. Os pagamentos para práticas agrícolas amigas do ambiente poderão bem revelar-se necessários para induzir os agricultores a irem além dos requisitos legais mínimos. A protecção da biodiversidade também justifica o apoio da UE dado que os animais, os ecossistemas e a poluição que ameaça a biodiversidade atravessam as fronteiras. De um modo semelhante, manter os aquíferos limpos e prevenir a escassez de água, bem como as cheias, são uma preocupação da UE, visto que os europeus partilham rios, lagos e mares.

Preservação da paisagem: A maior parte dos benefícios de uma paisagem diversificada, tradicional e bem conservada serão usufruídos no contexto do próprio país - através de fruição directa, como uma vantagem para atrair recursos humanos qualificados ou através do turismo. Estes são primordialmente bens públicos nacionais e não europeus. Mas os europeus também usufruem das paisagens de outros Estados Membros, justificando, portanto, alguma intervenção colectiva por parte da UE.

Padrões alimentares: É por vezes sugerido que os subsídios são concedidos para permitir aos agricultores irem ao encontro da legislação europeia mais exigente no que respeita à segurança alimentar, sem deixarem a produção agrícola a fornecedores estrangeiros, com padrões inferiores. Os alimentos importados têm de facto, no entanto, de cumprir os padrões de segurança alimentar da UE e, nesse aspecto, confrontam-se com os mesmos custos.

Existem, todavia, problemas difíceis relacionados com aspectos ambientais, de bem-estar animal e outros aspectos técnicos de métodos de produção, que não são de fácil resolução. A UE deveria ser mais enérgica nas negociações internacionais, para assegurar que os produtos sejam, por exemplo, adequadamente rotulados, e a procurar uma harmonização internacional de padrões de produção éticos e ambientais. Caso os legisladores europeus decidam aplicar padrões mais elevados aos respectivos agricultores, os consumidores europeus precisarão de ser devidamente informados dos atributos dos bens importados.

Desenvolvimento rural: Quando um país pretende subsidiar uma estrutura mais descentralizada, trata-se mais de uma escolha nacional do que um bem público. Não obstante, o princípio de coesão conferiu à UE um papel de ajuda às regiões menos favorecidas para desenvolverem o máximo do seu potencial. O desenvolvimento rural pode integrar essas políticas em áreas remotas e subpovoadas, mas os programas de desenvolvimento rural da actual PAC não são dirigidos, prioritariamente, para as áreas com necessidades mais prementes nem para os agricultores com mais baixos níveis de rendimento, nem se integram, habitualmente, numa visão abrangente e coerente de desenvolvimento local.

Formato da futura PAC

Concordamos que a Europa precisa de uma política agrícola, mas precisa de uma política que se concentre em áreas onde a acção da Europa acrescente o maior valor possível. A PAC não constitui o enquadramento de políticas certo para realçar a eficiência da agricultura, para mudar as distribuições de rendimento na UE e fora dela, para promover a segurança alimentar a nível mundial, ou para encorajar o desenvolvimento rural. O papel futuro da PAC deverá ser o de conceder aos agricultores incentivos apropriados para fornecerem os bens públicos europeus exigidos pela sociedade, particularmente na área do ambiente, incluindo a luta contra as alterações climáticas, a protecção da biodiversidade, a melhoria do fundo de fertilidade dos solos e a gestão dos recursos hídricos.

Uma futura PAC em linha com esse objectivo iria diferir dos fundamentos da actual PAC. O primeiro pilar deveria ser progressivamente abolido. Inicialmente introduzido para compensar os agricultores através do apoio aos preços, o principal instrumento actual do primeiro pilar - Regime de Pagamento Único - não promove os interesses da sociedade. Deverá ser abolido de forma faseada e deverão ser concebidos novos esquemas em que as ajudas sejam concedidas não em função do comportamento passado, mas dos comportamentos futuros. As políticas ao abrigo do segundo pilar deverão ser escrupulosamente reavaliadas. Apenas se deverão reter as políticas que promovam bens públicos genuinamente europeus, que sejam eficientemente dirigidas aos seus objectivos e que evitem um custo orçamental exagerado.

Como indicado acima, alguns bens públicos legítimos que são produzidos pela agricultura deverão ser, no futuro, financiados pelos orçamentos nacionais e não pela UE. No entanto, existe o perigo real de as autoridades nacionais ou subnacionais virem a implementar políticas que distorçam o mercado interno. Maiores acréscimos na flexibilidade dos Estados Membros terão de ser contrabalançados por uma supervisão mais apertada por parte da EU na implementação dos programas nacionais apoiados pela UE, bem como dos esquemas nacionais. Isso requer normas firmes e claras da UE, através de monitorização e avaliação, e através de uma aplicação eficaz e coerente das normas.

As alterações de políticas propostas irão facilitar elas próprias uma concorrência mais leal no mercado interno. As actuais distorções são substanciais, porque os níveis dos subsídios do primeiro e segundo pilares diferem entre países e agricultores, e porque alguns países continuam a investir na modernização das explorações, enquanto outros preferem orientar os apoios públicos para protecção ambiental ou para qualidade de vida rural. Um movimento coerente por toda a UE no sentido de apoios que promovam os bens públicos poderá assim promover condições de concorrência equitativas que, presentemente, se encontram destorcidas.

Uma excessiva concentração de poder de mercado na comercialização a retalho ou na produção de bens alimentares pode ser prejudicial tanto para os agricultores como para os consumidores. A UE precisa de combater qualquer situação de abuso de poder de mercado ao longo da cadeia alimentar, para assegurar que todos os que nela participam conseguem transacções justas.

Como resultado das reformas de política agrícola na UE e no resto do mundo e do processo de alterações climáticas em curso, iremos estar sujeitos a uma crescente instabilidade nos preços dos mercados mundiais. Quando os preços de mercado caem, os governos ficam sob forte pressão no sentido de intervir de modo a proteger os agricultores; e isso poderá prejudicar o futuro da PAC. A UE tem de resistir a esses apelos, em especial nos casos em que a protecção dos agricultores europeus é feita à custa dos agricultores dos países em vias de desenvolvimento. Mas a UE precisa igualmente de reconhecer as reais preocupações que os preços baixos podem criar. Isso sugere que uma futura reforma da PAC deverá ser acompanhada de novas políticas que permitam aos agricultores utilizar instrumentos de gestão de risco, e que criem redes de segurança do rendimento para enfrentarem preços mundiais de mercado excepcionalmente deprimidos.

Se a reforma da PAC estiver em linha com estas recomendações, conseguir-se-á um abastecimento de bens alimentares de maior confiança, menores emissões de gases com efeito de estufa, uma maior biodiversidade e uma gestão mais responsável dos solos e dos recursos hídricos, a custos inferiores. Poderá igualmente assegurar uma concorrência leal entre os agricultores no mercado interno e facilitar políticas comerciais justas que façam realçar a legitimidade da UE na comunidade global. Ainda, para além disso, permitirá uma reorientação dos fundos orçamentais disponíveis para a produção de bens públicos europeus. A reforma da PAC é, por consequência, um passo importante para a construção de uma União Europeia mais eficaz, que ganhe e seja capaz de manter o apoio dos seus cidadãos. "

Francisco Avillez
Professor Emérito do ISA, UTL

Publicado no AGROPORTAL em 18/11/2009

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Directiva 2009/128/CE sobre o uso sustentável de pesticidas

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