Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]




PÚBLICO, 27.06.2009, Andreia Sanches

É já para quarta-feira que está previsto o grande regresso: pepinos curvos, alhos pequenos ou cenouras nodosas vão voltar a conquistar o seu lugar nas bancas. Entram em vigor as novas regras que permitem a venda de frutos e produtos hortícolas "deformados". As regras comuns de calibragem na União Europeia foram impostas há várias décadas pelos Estados-membros. Mas no final do ano foi anunciado que as normas de comercialização específicas para 26 produtos iam ser revistas. As couves-repolho já não têm que ser perfeitas. Os damascos, alcachofras, espargos, abacates também não... beringelas tortas também têm direito a ser compradas.


Mariann Fischer-Boel, comissária europeia responsável pela Agricultura e pelo Desenvolvimento Rural, não poupou nas palavras quando, no dia 12 de Novembro, foram revistas as imposições que arredavam dos mercados estes produtos: "Esta decisão marca o início de uma nova era para os pepinos curvos e as cenouras nodosas. Trata-se de um exemplo concreto dos nossos esforços para eliminar burocracia desnecessária".


Boel justifica a mudança com a actual conjuntura económica de "preços elevados dos produtos alimentares e de dificuldade económicas generalizadas". "Não tem qualquer sentido eliminar produtos de perfeita qualidade apenas porque têm uma forma 'errada."


Os agricultores europeus já disseram que estão contra, considerando que o fim do calibre abre a porta à invasão de produtos de menor qualidade provenientes de outras partes do mundo. E que os preços não vão baixar para os consumidores.


O tema foi, de resto, alvo de acesa discussão entre os representantes dos Governos da União Europeia. A maioria votou contra a proposta de Bruxelas (16 países contra, nove a favor e duas abstenções, incluindo Portugal). O número dos opositores não chegou, no entanto, a atingir o limiar da maioria qualificada que seria necessária para rejeitar a proposta de voltar a abrir a porta aos produtos pequenos e deformados.


A 12 de Novembro, Bruxelas decretou assim o fim da calibragem obrigatória para 26 frutos e legumes. Estas normas manter-se-ão para dez outros produtos, que representam 75 por cento do valor do mercado das frutas e legumes - maçãs, citrinos, kiwis, alfaces, pêssegos e nectarinas, peras, morangos, pimentos-doces, uvas de mesa e tomates.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Autoria e outros dados (tags, etc)

New Scientist

A Quechua Farmer working the land in Puru. These farmers now play a major role in protecting the world's crops (Image: Eye Ubiquitous / Rex Features)

A Quechua Farmer working the land in Puru. These farmers now play a major role in protecting the world's crops (Image: Eye Ubiquitous / Rex Features)

1 more image

IF YOU like potatoes, chances are you will one day owe some measure of thanks to the Quechua Indians of Peru. That's because they will be making sure that potatoes continue to be available whatever the vagaries of future climate change. The Quechua (pictured) are among the first recipients of a new global fund, established last week, to make poor farmers the custodians of all the world's threatened crops.

Importantly, the move could provide valuable options should the world find itself in another food crisis.

The Peruvian farmers will be paid to look after the most diverse collection of potatoes in the world. They will try growing varieties at different altitudes and in different climatic conditions so that if today's commercially available potato varieties start to fail anywhere in the world, replacement varieties will be ready and waiting.

The aim of the new fund is to achieve the same level of readiness for all the world's staple food crops. It is a key practical element of the International Treaty on Plant Genetic Resources for Food and Agriculture, which aims to provide an "insurance policy" for crops. The fund has two main goals - to prevent the loss of neglected or underutilised crop varieties, and to sustain the full diversity of common crops.

Though the treaty was agreed in 2001 and came into effect in 2004, the rich and poor factions of the 120 signatory nations have been haggling until now over who should pay, and how much.

During tense negotiations last week in Tunis, Tunisia, rich countries of the world finally agreed to bankroll the five-year $116 million "Benefit-Sharing Fund" that will finance projects like the one in Peru. In essence, the fund will compensate farmers so they carry on growing unusual or traditionally grown crops instead of switching to more profitable, commercial varieties.

By keeping as many food varieties as possible ticking over as usual on small-scale farms throughout the world, the hope is that they will be available if needed in a climate crisis, or a food shortage like last year's. "In Peru, the aim is to react to climate change," says Bert Visser of the Centre for Genetic Resources in Wageningen, the Netherlands, and a key negotiator.

Visser points out that the treaty has already enabled the establishment of an international vault containing 1.1 million seed varieties, which opened last year in Svalbard, Norway. The new fund aims to secure the food varieties which cannot be banked in this way, and that can only be preserved if farmers carry on growing them.

Norway, Spain, Italy and Switzerland have already contributed $500,000 to the fund, which was last week divided between 11 recipient projects. Crucially, rich signatories to the treaty have now committed to supplying the remaining millions over the next five years. The US is currently considering signing up. If it does, China, Mexico and Japan are likely to follow suit.

Autoria e outros dados (tags, etc)

 

Obituário, DN 20090611

 

 

Estudou exaustivamente a flora portuguesa, ibérica e europeia, trabalho que se materializou na obra Nova Flora de Portugal, da qual publicou três volumes ao longo da vida, e noutros projectos, como o Atlas Florae Europae. Estudou, caracterizou, descreveu e nomeou 160 espécies do património vegetal do País e da Península. Duas delas ganharam até o seu nome: a Teucrium francoi e a Fesctuca francoi. João Amaral Franco, engenheiro- -agrónomo, professor de sucessivas gerações de silvicultores e de engenheiros-agrónomos, no Instituto Superior de Agronomia (ISA), em Lisboa, investigador incansável e patriarca da botânica portuguesa faleceu no dia 8 de Maio. Tinha 87 anos.

João Manuel António Paes do Amaral Franco nasceu em Lisboa, na freguesia de Santos-o-Velho, a 25 de Junho de 1921. Foi ainda como aluno que iniciou a sua actividade científica, que se prolongaria ao longo de 67 anos.

Durante a década de 40, João Amaral Franco dedicou--se a estudos de taxonomia vegetal, incidindo a sua atenção particularmente sobre as coníferas (na maioria árvores, que têm as suas sementes inseridas em escamas, como é exemplo a pinha, e que são típicas de climas temperados e tropicais). Foi também nesse período que iniciou a sua carreira académica, no Instituto Superior de Agronomia, como professor contratado.

Na década seguinte tornou-se professor agregado daquela instituição universitária, publicou obra científica sobre as coníferas e notas diversas sobre flora portuguesa, incluindo algumas de carácter biogeográfico. Ao longo desses dez anos passou alguns períodos no Museu de História Natural de Londres.

Nos anos 60, João Amaral Franco participou no projecto Florae Europae e subiu mais um degrau no percurso académico, ao tornar-se professor extraordinário do primeiro grupo de disciplinas do ISA.

Foi a partir de 1971 que o patriarca da botânica em Portugal, herdeiro de uma ilustre linhagem de botânicos portugueses do final do século XIX, princípio do século XX, iniciou a publicação sua obra de estudo e compilação Nova Flora de Portugal. Isso não impediu que continuasse a colaborar em projectos internacionais, como foi o caso do Atlas Florae Europae. Nomeado professor catedrático nos anos 80, jubilou-se em 1991, mas continuou os seus estudos e publicações. O último fascículo do terceiro volume de Nova Flora de Portugal saiu em 2003.

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

Tags:

Excerto da entrevista PÚBLICO/RR ao Prof. Adriano Moreira (Público, 6 de Junho de 2009)

...

Recomendou a leitura das obras de Manuel Antunes ao Governo.
Recentemente houve um debate sobre o regime jurídico da universidade. Algumas pessoas prevêem que a aplicação de modelos não dá atenção à realidade social e económica do país. O movimento de reformular a gestão nas universidades é um movimento com grande profundidade na Europa, mas a ligação do ensino ao mercado tem de ter em conta o mercado de cada país.
Isso foi previsto?
Foi advertido, mas não foi tomado em devida consideração. Infelizmente a intervenção do Governo, neste momento de crise financeira, está a provocar dificuldades à rede universitária, não apenas à privada, mas também à pública. Isto implica que se tenha sempre presente que as instituições são um passado com futuro. Não se trata de implantar um novo futuro sem pensar na experiência passada. Uma vez atrevi-me a dizer que às vezes o passado bate com estrondo à porta do futuro.

Autoria e outros dados (tags, etc)

04-Jun-2009

CAP aqui

O uso da agricultura para minimizar a mudança climática nos países em desenvolvimento pode ser a chave para a luta contra a fome e a pobreza, segundo um relatório divulgado pela FAO. «Se a agricultura nos países em desenvolvimento se tornar mais sustentável, aumentar sua produtividade e se for mais resistente ao impacto da mudança climática, ajudará a reduzir o número actual de cerca de um bilhão de vítimas da fome e oferecerá oportunidades de renda e emprego», destacou Alexander Mueller, director-geral adjunto da FAO. O organismo, que tem sede central em Roma, advoga maiores investimentos e informação para aumentar os cultivos sustentáveis e formar agricultores de acordo com novos critérios. «Milhões de camponeses pobres em todo o mundo podem ajudar a reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa», destacou Peter Holmgren, coordenador da FAO para as negociações da ONU sobre a mudança climática. «O novo acordo mundial sobre o clima que for adoptado em Copenhaga em Dezembro deve incluir a agricultura», pediu Holmgren. Segundo ele, os acordos mundiais actuais não chegam aos camponeses nos países mais pobres. «É preciso adoptar mecanismos novos e mais flexíveis de financiamento, que ofereçam incentivos aos agricultores, incluindo os pequenos camponeses, e pode participar na redução e eliminação dos gases causadores do efeito estufa», destacou a FAO. A agricultura é uma fonte importante de emissões de gases causadores do efeito estufa, com 14% do total no mundo. As mudanças de uso da terra, como o desmatamento, representam 17% a mais, segundo dados da organização. Entre 1990 e 2005, as emissões da agricultura nos países em desenvolvimento aumentaram em cerca de 30% e espera-se que aumentem ainda mais.

Autoria e outros dados (tags, etc)





subscrever feeds