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2009-03-27 07:00
COTR-Beja: Ministro da Agricultura assegura compromisso de futuro
 

 

Ministro da Agricultura garante existir um compromisso de futuro para o Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio (COTR). O regresso de Isaurindo Oliveira depende da vontade do COTR e do próprio.

 

 

O ministro da Agricultura assegurou em Beja que Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio (COTR) dispõe de um “compromisso de parceria” subscrito entre diversas entidades, nomeadamente, a Empresa de Desenvolvimento de Infraestruturas de Alqueva, entidade que preside ao COTR, a Direcção Regional de Agricultura do Alentejo e o Instituto Nacional de Recursos Biológicos, que permite “assegurar o futuro daquela instituição”.

À margem da assinatura do protocolo de gestão da herdade da Contenda, Jaime Silva, disse à Voz da Planície, que é o “COTR e as entidades associadas que têm que aplicar os projectos” e quando questionado sobre o regresso de Isaurindo Oliveira, ao cargo de Director Técnico, o ministro justificou que “não escolhe, nem nomeia pessoas”.

A nova Direcção do COTR, foi eleita no passado dia 19 de Março e tem como presidente Hemetério Monteiro, administrador da EDIA, e segundo apurou a Voz da Planície junto de fonte próxima daquele órgão, “existe a vontade da administração e de algumas associações e cooperativas” em meter dinheiro no centro com vista a “manter a equipa e reforça a actividade”. Quanto ao possível regresso de Isaurindo Oliveira, ao cargo de Director Técnico, a mesma fonte, justificou que tudo “depende” da proposta a apresentar em Assembleia-Geral, recordando que “é um quadro da Direcção Regional de Agricultura do Alentejo”.


 

Teixeira Correia


 

Corpos Sociais 2009/ 2012
Direcção
Presidente: Hemetério Monteiro (EDIA)
Vogais: Ricardo Silva (DRAPAL), Joaquim Carvalho (DGADR), Manuel Reis (ABORO) e Rui Garrido (ACOS)
Mesa Assembleia
Presidente: Ana Luísa Fernandes (IPB)
Vogais: Dinis Poupinha (Coop.Agr.Beja e Brinches) e Arístides Chinita (Ass.Ben.Caia)
Conselho Fiscal
Presidente: António Cardoso (UCASUL)
Vogais: Francisco Mata (ATEVA) e Francisco Barradas (Grupo HUBEL)

 


 

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Homenagem do IBMC a Miguel Mota

por papinto, em 12.03.09

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Miguel Mota

por papinto, em 12.03.09


PÚBLICO, 12.03.2009, Andrea Cunha Freitas
 

Miguel Mota esperou 30 anos para ver comprovada a sua teoria sobre divisão celular, publicada em 1957. Esta semana, um grupo de investigadores quis homenagear o cientista português. Chamam-lhe visionário


 

a Os olhos, pequeninos e quase transparentes à volta de uma pupila negra, brilham quando fala de ciência. O corpo agita-se quando fala de política e, principalmente, da actual política do Ministério da Agricultura. Os braços caem, rendidos, quando fala da mulher que teve de "ir buscar" à Suécia e que é a sua companheira há mais de meio século. O peito incha quando fala do filho - "Descobriu a doença do pinheiro, conhece?" - e da filha - "É ela que põe os textos que escrevo no meu blogue". Cercado por um bigode aparado, o sorriso abre-se com a perspectiva da homenagem que está prestes a começar no Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), no Porto, com o simpósio sobre os mecanismos de segregação de cromossomas. O título do comunicado do IBMC onde o apresentam como um investigador visionário é: "À frente do seu tempo: Miguel Mota".
Tem 83 anos. Passaram mais de 50 da publicação do artigo A new hypothesis for the anaphase movement, na revista International Journal of Cytology. O trabalho descrevia uma nova teoria para o chamado "movimento anafásico", a divisão celular que acontece "quando os cromossomas se separam e marcham para os pólos da célula".
Miguel Mota defendeu que uma estrutura em especial dos cromossomas, os cinetócoros, era determinante neste processo de divisão celular. Os cinetócoros eram o "motor a jacto" na anáfase, conseguindo mover os cromossomas para os pólos. Trinta anos após a divulgação da teoria, um investigador chamado Gary Gorbsky conseguiu finalmente comprovar experimentalmente a teoria de Miguel Mota.
Mostrar o que se faz
Gorbsky era uma das muitas pessoas sentadas no início da semana na plateia do auditório do Porto. Hélder Maiato, investigador do IBMC e organizador desta homenagem e simpósio, ocupava outro dos lugares. Tinha já elogiado o cientista português que "nos anos 50, sem recurso às tecnologias que hoje são comuns nos laboratórios, avançou com uma hipótese que revolucionou a compreensão dos mecanismos da divisão celular". O resultado do trabalho foi citado em diversos artigos, mas o nome foi muitas vezes esquecido. Talvez por isso o nome deste cientista não seja conhecido da maioria das pessoas. Miguel Mota não parece estar muito preocupado com isso. Sorri, encolhe os ombros e conclui: "Já passou."
A homenagem é recebida com "grande surpresa", diz o homem que em 1948 assumiu a liderança do Laboratório de Citogenética da Estação de Melhoramento de Plantas, em Elvas, após ter concluído o curso no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa. Não há aqui falsa modéstia. Apesar de sempre se ter mostrado "mais empenhado em conseguir cereais melhorados do que artigos científicos" - como notou o fundador do IBMC, Teixeira da Silva, que apresentou o homenageado -, Miguel Mota sabe que é importante mostrar o que se faz. "Acho que os investigadores que não querem que se saiba o que estão a fazer prejudicam-se a si e à ciência portuguesa e ao país."
O cientista que esperou décadas pela experiência que provou que ele estava certo sabe do que está a falar. O investigador Hélder Maiato comparou-o a George Mallory. Quem? Pois. Terá sido o primeiro homem a subir ao topo do Evereste, mas como nunca foi visto depois disso nunca foi reconhecido por esse facto. E consagrou-se o nome de Sir Edmund Hillary como o homem que chegou ao pico do mundo e voltou para contar.
Hoje, Miguel Mota está afastado da aventura das descobertas que fazia atrás das lentes dos microscópios, mas ainda está muito perto do que se discute na sua área de investigação: a genética, em particular na sua aplicação aos problemas na agricultura. Quando em 2006 recebeu um Honoris causa da Universidade de Évora, não quis "aborrecer" ninguém com o assunto da anáfase e a história da sua teoria, publicada em 1957. Preferiu falar de clonagem, um tema que "tem andando pelo mundo com grande divulgação".
Clones e estaminais
E no discurso, que está no seu blogue Melhor Portugal (http://agriciencia.blogspot.com/), Miguel Mota dá algumas lições, insistindo, por exemplo, que o termo "clone" tem sido mal usado. "'Clone' é um substantivo colectivo. Assim, como nenhuma pessoa é 'família', nenhum organismo isolado é 'clone'. Mas esse disparate, filho da ignorância, mesmo de quem tinha obrigação de não o cometer, é um dos erros que vemos pelo mundo e, naturalmente, também em Portugal", argumenta.
O investigador lembra assim que o conceito "clone" recebeu esse nome em 1903, quando o agrónomo americano Herbert J. Webber, num artigo na Science, o propôs para "um conjunto de organismos derivados de um único por reprodução assexuada".
Mas "clone" não é o único disparate que anda nas bocas do mundo, segundo Miguel Mota. O investigador prefere falar em "variabilidade" para se referir àquilo a que "agora gostam de chamar 'biodiversidade'" e também continua a tentar convencer as pessoas a desistir da expressão "células estaminais" para o substituir por "células tronco" (segundo explica, a confusão foi gerada por uma tradução mal feita do termo stem cells). "Células estaminais são as células dos estames das flores (em inglês staminal cells) e, no estado actual da ciência, não podemos obter com elas qualquer uso em humanos para curar tecidos danificados."
E sobre "o ridículo nome de 'agricultura biológica'"? "Enquanto as fábricas não fizerem couves sintéticas e bifes sintéticos, toda a agricultura é biológica", nota o especialista.
Falemos de agricultura, então. Pela voz do homem que é o "pai" de algumas linhas de centeio melhoradas que estarão implantadas em várias regiões do país, nas Beiras e Trás-os-Montes. "Foi o resultado de um trabalho que fiz em Elvas. São centeios aos quais dupliquei o número de cromossomas, fiz aquilo a que hoje se gosta de chamar 'biotecnologia', criando plantas com 28 cromossomas que nalgumas zonas podem, com rearranjos, autofecundações e selecção, dar 50 por cento mais do que os outros centeios cultivados." Onde estão? "Não sei o que é feito disso, porque o Ministério da Agricultura teve a gentileza de cortar e impedir uma série de trabalhos."
Por essas e por outras, está zangado. "Não pode haver agricultura que preste se o Ministério da Agricultura não tiver uma investigação agronómica em grande. E os últimos governos, de várias cores - qual deles o pior? -, têm seguido o caminho contrário", critica. Indignado com os rabanetes holandeses e os alhos da China que vemos no supermercado, questiona: "Qual é a dificuldade de produzir alhos em Portugal?" O que é um facto é que os agricultores alegam que há, cada vez mais, dificuldades em produzir. "Claro, com o Ministério da Agricultura a fazer os possíveis para destruir a agricultura e, assim, a assassinar a economia!", reage o especialista, que ainda acredita num futuro nacional apoiado na agricultura.
E reforça: "A base de um progresso na agricultura é a investigação agronómica." Miguel Mota não perdoa a decisão "idiota e criminosa" tomada em 2007 pelo Governo, que juntou num só organismo toda a investigação nesta área e "extinguiu" a Estação Agronómica Nacional, em Oeiras, onde assumiu vários cargos de chefia. E denuncia ainda: "O Laboratório Nacional de Engenharia Civil é hoje uma sombra do que foi."
O investigador gostaria também de ver chegar o dia em que se acabasse com o Ministério da Ciência e se criasse um "conselho nacional de ciência" com especialistas de topo de várias áreas. Como vê a ciência que se produz em Portugal? "Há uma quantidade de gente nova excelente. Ainda há alguns restos dos antigos que são excelentes e depois há uma quantidade de senhores medíocres, alguns em lugar de comando, que conseguem estrafegar uma porção de trabalho em vários sectores."
Olhar e ver
Aos mais novos deixa ainda o conselho que se espera de quem revolucionou ou inovou, próprio de um visionário. "Não se deixem cegar pelos livros. Tenham sempre as mentes abertas. Se as vossas experiências disserem o contrário dos livros, confirmem, confirmem de novo e publiquem-no. Os livros podem estar errados."
Miguel Mota é um espectador de primeira fila da actualidade do país. Agora tem mais tempo para "olhar e ver" - o que fez ao longo de toda a sua vida profissional, segundo notou Teixeira da Silva. Reformou-se em 1992 e, desde aí, escreve mais do que nunca. Para os jornais, para o Linhas de Elvas, onde é colaborador regular de opinião. Também ainda dá aulas de Genética em universidades séniores, entre outras actividades académicas. A mulher que hoje o observa (sem esconder um pingo de orgulho) enquanto é fotografado para o P2 foi sua aluna na sala de aula. Alguém diz: "O Miguel está bonito hoje. É para a homenagem?"
Ela corrige: "Ele é bonito."

 

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DESTAK|12 | 03 | 2009   09.23H
O Conselho Geral da Universidade de Lisboa (UL) elege hoje o novo reitor da instituição, entre os três candidatos ao cargo: António Carlos de Sá Fonseca, Nuno Manuel de Carvalho Ferreira Guimarães e António Sampaio da Nóvoa.
Destak/Lusa | destak@destak.pt
 

António Carlos de Sá Fonseca é investigador e coordenador científico do Centro de Física Nuclear da UL, Nuno Manuel de Carvalho Ferreira Guimarães é presidente do conselho directivo e científico da Faculdade de Ciências da UL e António Sampaio da Nóvoa é o actual reitor demissionário.

Foram apresentadas cinco candidaturas ao cargo, a que se seguiu um processo de selecção, tendo o Conselho Geral escolhido estas três.

O reitor da UL é eleito pelo Conselho Geral da Universidade, por maioria absoluta dos votos, para um mandato de quatro anos.

O reitor é o órgão superior de governo e de representação institucional externa da Universidade, exercendo as suas funções em regime de dedicação exclusiva.

A Universidade de Lisboa é a segunda a eleger um reitor segundo as regras do novo Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (RJIES), depois de a Universidade Madeira ter escolhido, a 03 de Março último, o professor de Matemática e Engenharia José Manuel Nunes Castanheira da Costa para reitor da instituição.

A nova lei do ensino superior impôs uma mudança nesta matéria: a escolha do reitor terá, a partir de agora, de resultar de um concurso público internacional, deixando assim de ser eleitos dentro das próprias instituições.

Cabe ao novo Conselho Geral das Universidades apreciar as candidaturas e eleger o reitor.

O RJIES deixa aos actuais reitores a possibilidade de continuarem no cargo ou de se demitirem, perante as transformações das respectivas universidades.

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A agricultura tem mais possibilidade que as obras públicas para responder ao desemprego e desequilíbrio da balança comercial externa portuguesa, situações agravadas pela actual crise económica, defendeu hoje o presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB).

 

João Salgueiro, que falava no seminário «A Agricultura Portuguesa e a Reforma da PAC», organizada pela Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), defendeu que «devia haver um debate para [apontar que] a agricultura tem melhor potencial que as obras públicas para criar emprego» e para fomentar a exportação, principalmente de alguns produtos para os quais Portugal tem as condições adequadas de produção.

O responsável afirmou que esta actividade sempre enfrentou dificuldades na obtenção de mão-de-obra, mas, nas condições actuais, pode ser uma alternativa para o desemprego resultante, por exemplo, do encerramento de unidades fabris em várias regiões do país.

«Agora diz-se que se devem fazer grandes obras públicas» para criar emprego, porém, a agricultura, além de poder absorver mão-de-obra, também pode contribuir para aumentar as exportações, defendeu.

Também o ex-presidente da Confederação da Indústria de Portuguesa (CIP), Pedro Ferraz da Costa, que participou no seminário, defendeu que vai «haver uma mudança significativa na produção em Portugal e como consequência haverá mão-de-obra disponível para a agricultura».

Ferraz da Costa disse que existe «pouca organização dos mercados» o que permite a «apropriação do valor que a agricultura é capaz de criar», por isso, «actuações concertadas poderiam aumentar o rendimento recebido pelos produtores».

«A CAP deveria ser capaz de fazer propostas de actuação por fileiras produtivas», desafiou o ex-presidente da CIP.

O professor universitário e coordenador científico da Agroges, Sociedade de Estudos e Projectos, Francisco Avillez, analisou os dados respeitantes à evolução de alguns indicadores do sector da agricultura, falando do impacto da Política Agrícola Comum (PAC) no sector em Portugal.

Um dos pontos frisados foi que o valor do rendimento agrícola caiu «de forma significativa» entre 1991 e 2007, principalmente devido às quebras nos apoios directos à produção nos últimos anos.

O rendimento dos factores desceu 15,3 por cento entre 2003 e 2007, mas a quebra foi de 36,3 por cento no total do período (1991-2007), tendo os apoios directos à produção registado um descréscimo de 65,1 por cento.

Em 2007, o rendimento era de 2.320 milhões de euros quando em 1991 atingia 3.642 milhões de euros.

A riqueza criada pelo sector cresceu no final do período (38,2 por cento) devido ao aumento dos preços mundiais, segundo os dados apresentados.

Francisco Avillez frisou que nos últimos três anos «foi a primeira vez que a produtividade económica [do sector] teve mais peso que os apoios recebidos».

Entre os cenários possíveis para o futuro da PAC em Portugal, o especialista referiu que as variantes são muitas, como a evolução dos preços mundiais e do sistema de apoios, mas avançou a aposta numa agricultura com várias funções além da tradicional, de produzir alimentos.

Diário Digital / Lusa

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Expresso on-line, 20090308

 

Lisboa, 08 Mar (Lusa) - Ao abrigo da nova lei, os reitores das universidades portuguesas passaram a ser escolhidos pelo Conselho Geral de cada escola, mas, segundo fontes contactadas pela Lusa, esta forma de escolha não deve alterar o perfil tradicional dos dirigentes das instituições.

"Acho que não vai alterar muita coisa por razões muito práticas: o Conselho Geral (CG) é constituído na sua maioria por professores e investigadores, em resultado da vida académica. No ponto de vista prático, não introduz nenhuma alteração", disse à Lusa André Caldas, representante dos estudantes no CG da Universidade de Lisboa (UL).

O CG da UL, presidido por Henrique Granadeiro, ouviu esta semana os três candidatos a reitor finalistas: o reitor demissionário António Sampaio da Nóvoa, António C. Fonseca, investigador coordenador da Faculdade de Ciências, e Nuno Guimarães, presidente do Conselho Directivo e Científico da Faculdade de Ciências.

Este órgão deve anunciar dia 12, quinta-feira, o candidato vencedor, que ocupará a reitoria de Lisboa nos próximos anos.

"A mudança é apenas no método de eleição, que mudará até de escola para escola", salientou à Lusa fonte do Conselho de Reitores, acrescentando que o universo que elege era antes mais alargado e agora mais restrito.

"As universidades antes não escolhiam um perfil, escolhiam entre os candidatos que se apresentavam. Agora o perfil é definido de acordo com o que são as ideias do CG para a instituição", realçou.

Segundo o Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (REJIES), este novo órgão de gestão das universidades é composto por 15 a 35 membros, envolvendo representantes dos professores e investigadores, dos estudantes e "personalidades externas de reconhecido mérito" exteriores à instituição, numa tentativa de ligar as universidades à sociedade civil.

Para Carlos Salema, presidente do CG da Universidade da Beira Interior (UBI), "a coisa boa dos novos Conselhos Gerais é levar gente de fora para dentro das universidades. Acho que relativiza as tricas que lá existem" e "democratiza a escolha do reitor".

No entanto, acredita que uma mudança nos perfis de reitores "levará tempo".

Entre outros critérios, defende que um novo reitor seja "uma pessoa sensível à investigação e prestação de serviços".

"Trata-se de uma escolha complexa, em que são necessárias várias capacidades para o cargo", acrescenta.

Entre elas, especialmente nas universidades fora de Lisboa, Porto ou Coimbra, está a capacidade do reitor em se relacionar com a região. "As instituições de ensino superior são muitas vezes um dos motores da região, como acontece na Beira Interior".

Na Covilhã, fecharam esta semana as candidaturas, tendo sido admitidos quatro candidatos a reitor.

Para o estudante André Caldas, "um reitor tem de saber interpretar as pulsões próprias da comunidade académica".

"Tem de perceber o que é que há na comunidade académica, além do CG e tem de perceber como é que a Universidade se integra e contribui para todo o ensino superior português, até pela sua posição no CRUP", salientou.

André Caldas considera ainda que um reitor ideal tem de ter uma visão de futuro, sem ser um mero gestor administrador.

No Minho, a Universidade elegeu os professores, funcionários e alunos para o órgão que elegerá o reitor. E na Madeira o respectivo CG elegeu como reitor o professor de Matemática e Engenharia José Manuel Nunes Castanheira da Costa.

RCS/LFO.

Lusa/Fim

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Estudo sobre entradas entre 2003 e 2008
Universidade de Lisboa: alunos com mais recursos são maioria nos cursos com médias mais altas
PÚBLICO on-line 01.03.2009 - 08h41 


Os cursos com médias mais altas, como Medicina, são tendencialmente preenchidos por alunos de famílias com mais recursos, revela um estudo na Universidade de Lisboa, que conclui que o acesso ao ensino superior não é “apenas uma questão de mérito”.

O estudo “À entrada: os estudantes da Universidade de Lisboa, 2003-2008. Números e Figuras” foi dirigido pela socióloga Ana Nunes de Almeida, coordenadora do Observatório dos Percursos dos Estudantes da Universidade de Lisboa (UL), a partir de dados recolhidos junto de alunos que se matricularam pela primeira vez na UL entre 2003 e 2008.

Num documento com as principais conclusões do estudo, os autores destacam que a actual população universitária se tem vindo a diversificar desde os anos 80 do século passado, “do ponto de vista das suas origens sociais, dos seus percursos ou expectativas individuais”, trazendo para as universidades uma “geração numerosa de jovens provenientes de grupos com menores capitais culturais e económicos”.

No entanto, segundo a análise dos dados recolhidos pelo Observatório entre 2003 e 2008, as vagas dos cursos que requerem notas mais elevadas, como Medicina, Belas Artes e Farmácia, são preenchidas principalmente por alunos com origem em famílias mais favorecidas, cujos pais são “quadros dirigentes e superiores das empresas ou da administração pública, especialistas das profissões científicas e intelectuais, técnicos e profissionais de nível intermédio”.

Faculdades com notas de acesso mais baixas recrutam alunos de famílias mais desfavorecidas

Por outro lado, “as faculdades com notas de acesso mais baixas (Letras, Psicologia e Ciências da Educação) recrutam sobretudo alunos provenientes de famílias mais desfavorecidas, as filhas e os filhos de empregados administrativos, pessoal dos serviços e vendedores, operários e artífices”, salienta o estudo.

Os autores destacam ainda que quase 60 por cento dos caloiros da Universidade de Lisboa (UL) têm origem em famílias mais favorecidas. “As modalidades de acesso não são portanto apenas uma questão de mérito individual, mas um assunto de família num cenário de selecção social”, concluem.

Segundo o mesmo estudo, os estudantes da UL continuam a ter maioritariamente origem geográfica na área metropolitana de Lisboa e Setúbal, pelo que “o raio de recrutamento mantém-se, assim, relativamente curto a nível nacional e é muitíssimo reduzido no âmbito internacional”.

Os caloiros mantêm “escassa autonomia relativamente às famílias de origem”, já que residem quase sempre com os pais, são jovens e estudantes a tempo inteiro. Apenas um terço dos inquiridos refere estar deslocado e 20 por cento diz manter uma actividade profissional, com maior incidência em alunos dos cursos de Letras, Direito, Psicologia e Ciências da Educação.

"Numerus clausus" afasta alunos da primeira escolha

O estudo conclui ainda que o 'numerus clausus' afasta muitos dos candidatos do curso ou da instituição da sua primeira escolha, o que poderá explicar as taxas de “insucesso” em certos cursos, preenchidos por segundas ou terceiras escolhas.

“Este desacerto, não raro vivido por estudantes com excelentes percursos escolares, deixa as suas marcas (de mobilidade, insucesso ou abandono) em toda a universidade portuguesa e, em particular, na Universidade de Lisboa”, realça a nota.

O Observatório refere ainda o predomínio das raparigas, que constituem a maioria dos caloiros no global, com excepção para a Faculdade de Ciências em 2006/7 e 2008/9, e que marcam presença sobretudo “em cursos tradicionalmente vocacionados para a relação com os outros, para o ensino”.

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