Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]




i-online Marta F. Reis, Publicado em 18 de Junho de 2011  | 
Universidade do Porto angariou 47 mil euros com a ajuda de antigos alunos. Carnegie Mellon ensina alguns truques
 
Pedir a antigos alunos que apoiem financeiramente as actividades das universidades pode em breve deixar de ser um conceito estranho em Portugal. Na Universidade do Porto, uma primeira abordagem a propósito das celebrações do centenário da instituição levou 700 alunos a contribuir com 47 mil euros.

Esta semana, três especialistas em angariação de fundos da Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, deram um workshop a directores para explicar com funcionam as doações nesta escola privada. O i falou com Christine Tebes, Michael Ransom e Lori Spears para perceber alguns truques de uma actividade que é norma no ensino superior norte-americano mas que em Portugal costuma servir apenas para financiar investigação. Criar uma ligação forte com os alunos é essencial.

A Universidade do Porto é a primeira no país a querer profissionalizar a recolha de fundos. Um gabinete com esse fim deverá ser criado já no próximo ano, depois do sucesso da recolha para o centenário. O objectivo era que as actividades fossem auto-suficientes - para o qual contribuíram também cerca de dez empresas com 400 mil euros.

O apelo foi publicado na revista da UP e em Dezembro do ano passado enviaram uma carta personalizada a 45 mil antigos alunos, explica Raul Santos, responsável pelo departamento de comunicação. A universidade optou por contactar apenas quem tivessem concluído os estudos há mais de três anos, "com uma condição profissional mais estável", a quem pediu uma ajuda em quatro patamares - 25, 50, 100 ou 150 euros. "Mesmo numa altura de crise, a mediana dos contributos situa-se nos 100 euros."

O gabinete do Porto terá à partida duas ou três pessoas. Um começo, face às cerca de 200 que trabalham nesta área na Carnegie Mellon. No âmbito do Programa Carnegie Mellon Portugal, os três responsáveis vieram explicar como em 30 anos conseguiram criar uma dinâmica que leva as empresas (por verem o papel da universidade na sociedade) e os alunos (por reconhecerem o papel da universidade nas suas vidas) a envolverem-se cada vez mais. Em primeiro lugar, dizem, é essencial definir objectivos. Na Carnegie Mellon, por exemplo, foi lançado há oito anos um plano para uma década de recolher mil milhões de dólares, hoje nos 700 milhões. "Arranjar apoio social para os alunos é uma das prioridades, mas também queremos financiar a manutenção das instalações e apoio à investigação", explica Tebes. Depois, é preciso criar uma dinâmica que favoreça o envolvimento, onde entram tradições como corridas de carros artesanais, encontros anuais e um site actualizado todos os dias, mas também professores marcantes, sistemas de tutores e a universidade como mais-valia para a vida pessoal e profissional dos alunos. Para o público em geral, publicam entrevistas com alunos no site da universidade e informação sobre os projectos em curso.

"Usamos tudo o que temos ao nosso alcance para nos ligarmos aos alunos e às pessoas", diz Ransom. "Quanto vieram os emails, começámos a usá-los. Quando o Facebook ficou popular abrimos uma conta. A comunicação consistente é uma trave mestra." Assim como agradecer no fim, revelam, tarefa à qual têm "algumas" pessoas adjudicadas. "Bom, não tratam só das cartas de agradecimento", riem do nosso espanto. No ano passado, os donativos de privados às universidades norte-americanas somaram 28 mil milhões de dólares.

Autoria e outros dados (tags, etc)


1 comentário

Sem imagem de perfil

De Gabriela Cruz a 18.06.2011 às 18:52

Parece-me uma iniciativa muito interessante. Se cada um dos 1067 alunos que fazem parte do Back 2 ISA desse pelo menos 50€ (4,17€ por mês) por ano seriam 53 350€ por ano para o ISA. Nada mau!!!

Comentar post