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Mais de mil milhões de pessoas no mundo têm fome, devido à crise económica e à subida dos preços dos alimentos nos últimos três anos, afirmou hoje o director geral da Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO).

"Em 2009, o número daqueles que sofrem de fome no mundo aumentou 105 milhões em relação a 2008 e o número ultrapassa hoje os mil milhões", afirmou Jacques Diouf, na abertura dos trabalhos da XXXI Conferência Regional da FAO para a América Latina e as Caraíbas, que está a decorrer no Panamá.

Destes mil milhões de pessoas, 642 milhões vivem na Ásia e no Pacífico, 265 milhões em África, 42 milhões na América Latina e nas Caraíbas e 15 milhões nos países desenvolvidos, adiantou Diouf.

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AgroPortal 2010.04.29

O BPI e a John Deere Credit acabam de lançar um programa de financiamento destinado a profissionais do sector leiteiro português que, mediante um acordo exclusivo entre as duas entidades, visa facilitar a realização de investimentos para melhoria das explorações agrícolas.

Desenhado pela John Deere, o programa John Deere Credit/BPI é valido até dia 31 de Outubro de 2010 e prevê um financiamento até 6 anos, com 12 meses de carência, permitindo aos agricultores em geral e produtores de leite a aquisição imediata da maquinaria agrícola necessária para a sua actividade, sendo o primeiro pagamento efectuado apenas um ano mais tarde.

Trata-se de um apoio à produção que procura auxiliar os clientes da John Deere numa altura difícil para o sector, decorrente do facto de este ter sofrido, nos últimos anos, várias alterações que originaram incertezas nos agricultores e criadores de gado. Os produtores tiveram que adaptar as suas explorações às novas circunstâncias, incrementando a produtividade e reduzindo os custos de exploração, para continuarem a ser rentáveis.

Com mais de 120 anos de experiência no Norte da América e seis anos no mercado Português, através do BPI, o John Deere Credit compreende as necessidades da actividade agrícola, adaptando os seus programas de financiamento às circunstâncias particulares dos Clientes. Com este novo apoio à produção de leite, a John Deere demonstra a capacidade de se adaptar às oscilações da economia, oferecendo a sua ajuda aos Clientes na hora em que mais precisam.

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AgroPortal, 2010.04.28

A agricultura tradicional alentejana, baseada na produção de cereais e gado, vive “uma crise aguda”, devido à competitividade e aos preços praticados pelos distribuidores, que “inviabilizam” as produções, disse ontem à Lusa o presidente da Associação de Criadores de Ovinos do Sul (ACOS).

“Há uma crise aguda no modelo de agricultura”, extensivo e de sequeiro, praticado no Alentejo, que é “muito dependente dos factores do clima, mas também muitíssimo dependente, e cada vez mais, dos preços de mercado”, afirmou Castro e Brito, que falava à Agência Lusa a propósito da 27.ª Ovibeja, o maior certame agropecuário do sul do país, promovido pela ACOS e que arranca hoje e vai decorrer até domingo em Beja.

No caso das “duas principais produções da agricultura tradicional” alentejana, avisou, “à medida que vão diminuindo os apoios para as explorações agrícolas, que não podem competir com o mercado mundial e os grandes produtores de cereais e carne, principalmente dos Estados Unidos e da América do Sul, haverá um problema” com o modelo agrícola alentejano.

“Cada vez mais se cultiva menos cereais” e “existe uma redução dos efectivos de ovinos”, disse, alertando ainda que “à medida que a reforma da Política Agrícola Comum (PAC) for chegando, e devido aos preços de mercado e contando com uma diminuição dos apoios europeus, teremos ainda mais problemas”.

Os problemas da agricultura alentejana “são muitos”, mas “acima de tudo” sente-se a “competitividade” do mercado global e os efeitos dos preços praticados pelos que comercializam os produtos agrícolas.

“Uma grande parte destes produtos têm unicamente saída para os grandes distribuidores” (hipermercados), que “têm o mercado na mão e não diferenciam a produção nacional”, disse.

“Tratam do assunto de uma forma muito leonina e com preços que não tornam rentável as produções. Isto é um grande problema”, lamentou.

Para Castro e Brito, o novo ministro da Agricultura, António Serrano, é “uma pessoa capacitada, com uma postura mais dialogante e alguma vontade”.

Mas “a agricultura é uma pasta muito ingrata” que “não tem tido a vontade política dos sucessivos governos” e António Serrano depara-se com este e outro “problema grave: a deficiência do funcionamento e um corporativismo que existe dentro do Ministério da Agricultura”.

“A máquina está enferrujada e há modelos de gestão, principalmente no que respeita às candidaturas de projectos de investimento, que não têm sido fáceis de pôr em prática”, disse, indicando que há agricultores com investimentos feitos que estão “há dois anos à espera” da comparticipação da União Europeia.

“Tenho esperanças que haja finalmente vontade deste Governo para apoiar um sector que está em sérias dificuldades, ainda mais com a reforma da PAC, que, dentro de três anos, pode inviabilizar muitos modelos de exploração” agrícola, disse.

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Público, 2010.04.28 Teresa Lago

Globalmente, Portugal envolveu menos de 2% das candidaturas e pouco mais de 1% das bolsas: 6 das 536


O European Research Council (ERC) concluiu quatro ciclos de bolsas de investigação: dois para jovens investigadores, com bolsas (Starting Grants) destinadas a apoiar o início de uma carreira de investigação independente, ou a consolidar a primeira equipa, e outros dois ciclos para investigadores consagrados (Advanced Grants). Criado apenas em Fevereiro de 2007, o ERC já atribuiu mais de um milhar de bolsas.

Estes três anos de actividade intensa deixaram marcas decisivas no panorama da investigação fundamental na Europa. Nomeadamente:

- A definição e execução de um ambicioso programa anual, capaz de aprender e aperfeiçoar-se com a sua própria experiência, em diálogo aberto com a comunidade científica. As práticas foram sendo ajustadas e a estratégia refinada, ano após ano.

- A criação de uma estrutura operacional, ligeira e eficiente, para implementar as decisões do Conselho Científico (o órgão independente de governação do ERC) e fazer a gestão corrente do programa IDEIAS. À estrutura provisória seguiu-se, em Setembro passado, a Agência Executiva Autónoma (ERCEA). Esta estrutura operacional distingue-se pela alta qualidade dos seus recursos humanos - uma percentagem significativa com doutoramento e experiência de investigação científica - e pela eficiência de funcionamento, com um gasto global inferior a 3,5% do orçamento do ERC.

- A introdução de um sistema de avaliação exemplar, em termos de estrutura e transparência de procedimentos; o Guia de avaliadores e a composição dos Painéis de Avaliação são públicos (http://erc.europa.eu/). Exemplar também na adopção de regras estritas de Conflito de Interesses, uma condição essencial em qualquer processo de avaliação.

- A opção pela clara separação de poderes e responsabilidades: o Conselho Científico é responsável pela estratégia científica, pela estrutura de avaliação e selecção dos avaliadores, pela comunicação com a comunidade científica e pela supervisão do funcionamento operacional. Mas não se imiscui na avaliação. Esta, cabe aos 25 painéis de carácter transversal e interdisciplinar, compostos por investigadores e académicos de mérito reconhecido, europeus e não só, apoiados por um número elevado de avaliadores externos, e cobrindo as Ciências Sociais e Humanidades, Ciências da Vida, Ciências Físicas e Engenharias - para o ERC qualquer área de conhecimento é igualmente relevante. Aos painéis cabe a avaliação do mérito científico das propostas e também a decisão do financiamento a atribuir. Embora seja do Conselho Científico a responsabilidade última pela avaliação.

A inovação introduzida pelo ERC, em termos de estratégia, avaliação e apoio à investigação fundamental na Europa, tem sido acompanhada com atenção pelos países que mais apostam na investigação e conhecimento, que não lhe têm poupado elogios - os Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul, entre outros.

E qual o impacto do ERC na própria Europa?

Tem sido enorme, embora dependente do país, e até mesmo da instituição. Acolher bolseiros ERC é considerado sinal de grande prestígio. Há organizações prestigiadas que valorizam a escolha das suas instituições por bolseiros ERC e tomam iniciativas para os atrair, por exemplo, com a oferta de lugares nos seus quadros. Há fundações privadas que se comprometem a apoiar a continuidade dessas carreiras após a bolsa ERC. As estruturas nacionais responsáveis pela avaliação e financiamento da investigação decidiram, em diversos países, financiar os candidatos (nacionais) avaliados positivamente mas não contemplados com bolsa por esgotamento do orçamento do ERC.

O impacto parece ser maior nos países com maior tradição de investigação científica, e onde ela está melhor organizada e é mais bem financiada. Com destaque para Israel, Suíça, Alemanha, Suécia, Holanda, Reino Unido. Embora haja outros casos notáveis: a Catalunha tem tido mais sucesso do que o (total) remanescente de Espanha - não será difícil ver aqui a correlação com a autêntica revolução catalã na reorganização da ciência e investigação, há pouco mais de uma década.

E qual o impacto do ERC entre nós?

Globalmente, Portugal envolveu menos de 2% das candidaturas e pouco mais de 1% das bolsas: 6 das 536 Starting Grants atribuídas. Nas Advanced Grants, cerca de 0,7% das bolsas atribuídas envolviam Portugal: 2 no total das 511. São números pequenos e, por isso, traiçoeiras as análises. Mas o número de candidaturas envolvendo Portugal tem vindo a decrescer significativamente, o que é preocupante. Apesar de a candidatura ser simples, transparente o processo e tentador o "prémio": a Starting Grant ronda 1 milhão de euros, podendo atingir 1,5 milhões, uma Advanced Grant chega aos 3,5 milhões de euros, em ambos os casos para um período de 5 anos. A que acrescem ainda 20% de overheads para a instituição de acolhimento. O contrato é exemplar quando comparado aos contratos comunitários tipo, há liberdade de gestão - o investigador responsável pode ir adaptando o projecto à medida que ele se desenrola - e, acima de tudo, a bolsa é portátil, seguindo o bolseiro se ele decidir mudar de instituição para vantagem do seu projecto.

Por que não há mais candidaturas envolvendo o nosso país? Por que há falta de financiamento nacional para a investigação? A comunidade científica nacional não cessa de reclamar (justamente!) por mais investimento - cerca de 1% do Produto Interno Bruto para orçamento da ciência não se adequa à média ou à ambição europeia.

Por temor da competição alargada? A taxa de sucesso das bolsas ERC, chocantemente baixa (3%) no primeiro concurso, resultou de uma autêntica (e inesperada!) avalancha de propostas (9167 em vez das expectáveis 3000!), mas recuperou em 2008, e atingiu 15% em 2009. Uma vez que o ERC visa apoiar a excelência em investigação fundamental, em todos os domínios, 15% de sucesso é certamente uma taxa adequada.

De qualquer modo, o baixo número de candidaturas nacionais, e o ainda mais baixo número de bolsas conseguidas, surpreende face aos resultados da última avaliação (2007) das Unidades de Investigação em Portugal (Fundação para a Ciência e Tecnologia): 21% foram classificadas "Excelente" e 38% "Muito Bom".

Que se passa com a excelência da investigação científica em Portugal? Membro do Conselho Científico do ERC

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Público, 2010.04.28  Maria da Graça Carvalho

É um contributo inestimável para a causa ambiental a elevação da salvaguarda do ambiente a imperativo moral


Hoje, tendo-se tornado uma preocupação central, tanto de cientistas como de teólogos, as questões ambientais parecem estar a gerar uma nova plataforma de entendimento entre indivíduos que, sendo oriundos dos mais diversos universos ideológicos, partilham a mesma visão sobre a relação do homem com a natureza.

Dado o conjunto de valores e causas que defendo no Parlamento Europeu, entre as quais relevam as questões ambientais e da produção eficiente e limpa de energia, às quais sou sensível em boa parte devido à minha formação científica, devo dizer que as posições que a Igreja tem vindo a manifestar a este respeito são para mim uma verdadeira fonte de inspiração. Na sua última carta encíclica, Caritas in veritate, Bento XVI reconhece que "é lícito ao homem exercer um governo responsável sobre a natureza para a guardar, fazer frutificar e cultivar...", mas, ressalva o Sumo Pontífice, o homem não pode deixar de "sentir como gravíssimo o dever de entregar a terra às novas gerações num estado tal que também elas possam dignamente habitá-la e continuar a cultivá-la" (Cap. IV, 50). Parece-me ser um contributo inestimável para a causa ambiental esta elevação da salvaguarda do ambiente ao estatuto de um imperativo moral. O Papa Bento XVI coloca a questão no patamar de um dever que uma geração deve observar para com as próximas gerações. E ao condenar o comportamento do poluidor como um pecado, que exige arrependimento, como o fez no ano passado, acrescenta a esse dever todo o peso da visão religiosa do mundo.

No que respeita à produção de energia, o Papa Bento XVI denuncia a ligação desta questão à pobreza, aos conflitos armados e, em geral, à situação desolada dos países menos desenvolvidos: "O açambarcamento dos recursos energéticos não renováveis... constitui um grave impedimento para o desenvolvimento dos países pobres. A monopolização de recursos naturais... gera exploração e frequentes conflitos entre as nações e dentro das mesmas." Daí o apelo papal à comunidade internacional para "encontrar as vias institucionais para regular a exploração dos recursos não renováveis, com a participação também dos países pobres, de modo a planificar em conjunto o futuro" (Cap. IV, 49).

Recentemente (11 de Janeiro), durante a recepção aos diplomatas das 170 nações representadas no Vaticano, o único Estado do mundo que pode reivindicar ser carbono-neutro, o Papa Bento XVI sublinhou a sua preocupação com o falhanço dos líderes mundiais em alcançarem um acordo global sobre as alterações climáticas, na conferência de Copenhaga, e lançou um apelo, que todos partilhamos, a que se envidem todos os esforços para que seja alcançado um acordo global antes do final do ano (em Cancun).

O testemunho e as mensagens do Sumo Pontífice dão-nos força e ânimo para continuarmos, no nosso dia-a-dia de deputados europeus, com humildade e determinação, a combater por formas novas, menos destrutivas e menos ameaçadoras das gerações vindouras, de nos relacionarmos com a natureza. Deputada do PSD ao Parlamento Europeu

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AgroPortal, 2010.04.27

Foi publicado no Diário da República, 2.ª série - N.º 79 - de 23 de Abril último, o Despacho n.º 7164/2010 que cria um grupo de peritos que possa aconselhar o Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas durante o período de discussão da PAC para o período pós-2013 nas instituições europeias.

Este Despacho tem em consideração o debate sobre o futuro da Política Agrícola Comum (PAC) para o período pós-2013, entretanto iniciado com a apresentação do projecto de relatório do Parlamento Europeu em 23 de Março e com o lançamento, pela Comissão, de um debate público em 12 de Abril próximo passado.

O grupo agora criado tem por missão participar na identificação dos principais desafios e opções nacionais em relação ao futuro da PAC pós-2013, apoiando o Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas (MADRP) na dinamização e orientação do debate público e na melhor fundamentação das suas decisões políticas.

O grupo de peritos é constituído pelas seguintes personalidades com reconhecido mérito nas áreas da agricultura e do desenvolvimento rural: Francisco Avillez, que coordena, Alfredo Cunhal, António Alberto Gonçalves Ferreira,  Arlindo Cunha, Elisabete Figueiredo, Fernando Oliveira Baptista, José Manuel Lima Santos, Luís Vasconcellos e Sousa, Mário de Carvalho, Miguel Sotto Maior, Orlando Rodrigues, Raul Jorge e Teresa Pinto Correia.

O grupo deverá reportar trimestralmente as actividades desenvolvidas e cessar funções com a conclusão do acordo político das instituições europeias sobre a PAC para o período pós-2013.

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agroportal, 20100427

Presidente da Associação Portuguesa de Buiatria alerta:
Desinvestimento no sector primário pode levar à falência do país

João Cannas da Silva faz o balanço das XIV Jornadas da Associação Portuguesa de Buiatria: "o sector agro-pecuário tem sido o parente pobre do país e se não tivermos investimento nesta área, entramos em falência técnica".

O Presidente da Associação Portuguesa de Buiatria (APB), João Cannas da Silva, deixa uma forte mensagem de apelo ao Governo: "é imprescindível a alteração da política agrícola, como aliás é reconhecido pelo actual Ministro da Agricultura. Infelizmente, apesar dos apoios comunitários, assistimos a um desinvestimento catastrófico no sector primário, o que poderá, quanto a nós, inviabilizar o sistema económico do nosso país".

Para o responsável, a política agrícola da comunidade europeia trouxe um grande desinvestimento a na Europa e, em consequência, a maioria das explorações agro-pecuárias estão tecnicamente falidas ou em vias disso, situação que terá que ser invertida em muito curto espaço de tempo.

Países como o Brasil, a Rússia, a Índia e a China (de nomenclatura BRIC) serão a curto prazo, os países mais influentes do sector agro-pecuário: "como é possível importarmos mais produtos alimentares do que há uns anos atrás? Estamos a pagar a factura de uma deficiente visão política e da falta de diálogo entre Governo e especialistas do sector", diz o também Presidente do European College of Bovine Herd Health Management.

Cannas da Silva refere-se ainda a um outro problema que o sector enfrenta: "assistimos a uma fuga de técnicos de elevada competência para o estrangeiro e perguntamo-nos porque não conseguimos reter estes talentos no nosso país. Por outro lado, a banca não dá apoio às pequenas e médias empresas. Como é possível que nos sejam exigidos resultados positivos nos últimos 3 anos, se estamos num país em crise? As instituições bancárias não têm qualquer espécie de sensibilidade para este sector, considerando-o de segunda importância e exigindo garantias que não são possíveis de alcançar".

Desta forma, refere o especialista, vamos assistir a curto prazo ao encerramento de muitas explorações agro-pecuárias, tornando o nosso país cada vez mais dependente das importações. Não vamos ser capazes de comprar produtos no estrangeiro, pois temos que pagar em adiantado. A inversão terá que ser feita e já, senão cairemos na bancarrota, no aumento do desemprego e, provavelmente, na falência do Estado.

"Este ano a Associação Portuguesa de Buiatria conseguiu reunir 350 especialistas em Elvas, o que significa que a classe veterinária está sedenta de novos conhecimentos. Foram três dias de partilha de experiências e casos clínicos que enriquecem a classe e o sector. Estamos muito satisfeitos com a elevada participação na 14ª edição das Jornadas", finaliza o Presidente.

Fonte:  Grupo GCI

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Público, 2010.04.28 Andrea Cunha Freitas

Novos institutos e programas estão a mudar a ciência. Os cientistas estão a aproveitar as oportunidades


Quando alguém está a fazer um doutoramento "lá fora" há uma pergunta que acaba sempre por surgir: "E vai voltar para Portugal?" Independentemente da resposta, os investigadores portugueses têm hoje mais hipóteses de regressar e ficar. Há uma nova realidade favorável a quem quer trabalhar na ciência em Portugal. Há mais institutos, acordos, programas e parcerias. A próxima questão é se, depois de atrair os investigadores, vamos conseguir mantê-los por cá.

Este mês, o ministro da Ciência e Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, gabou-se de governar uma área exemplar do país. Primeiro, num debate com investigadores portugueses radicados nos Estados Unidos defendeu que o país tem evitado de forma "exemplar" a "fuga de cérebros", ao mesmo tempo que se tornou importador de cientistas. "Portugal é o caso mais exemplar no pós-guerra, talvez o único, de grande desenvolvimento científico sem brain drain [fuga de cérebros], ou com pouquíssimo", disse Mariano Gago. "O número de pessoas da ciência fora de Portugal é insignificante." Porém, o ministro não referiu nem os números "insignificantes" nem os "exemplares". Um dia depois, em Paris, num seminário da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE), Gago insistia: Portugal "é visto como o exemplo a seguir".

Os desafios em aberto

O PÚBLICO pediu ao Ministério da Ciência números que permitissem concluir até que ponto temos evitado a "fuga de cérebros". Na resposta, entre outros dados, o ministério referia que, desde 1994 até 2008, a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) concedeu mais de 4500 bolsas de formação avançada no estrangeiro (incluindo bolsas de doutoramento e pós-doutoramento) e ainda mais de 4000 bolsas de doutoramento mistas, que implicam períodos de formação e de investigação em Portugal e no estrangeiro.

E quantos voltaram? "Os dados disponíveis de inquéritos a ex-bolseiros da FCT mostram que a esmagadora maioria desses ex-bolseiros desenvolve actividades em Portugal", refere apenas o ministério.

Assim, na ausência de números oficiais que mostrem de forma clara a relação entre os investigadores que saíram e os que voltaram, há sinais importantes. Vamos a exemplos. No Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), em Oeiras, entre 1998 e 2010, dos 14 grupos de investigação (com líderes portugueses) que deixaram o ICG, 13 permaneceram em Portugal a fazer investigação. Na Fundação Champalimaud, os dados denúnciam a tendência do "querer ficar", com cada vez mais doutorados a permanecer em Portugal no final do projecto. "Estamos a ficar com falta de espaço", diz o norte-americano Zachary Mainen, coordenador do programa de neurociências da Champalimaud. No programa Fraunhofer Portugal, há 17 investigadores a trabalhar, todos portugueses. No Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia há lugar para as melhores 300 candidaturas e no primeiro parque português de biotecnologia, o Biocant (Cantanhede), há 150 investigadores e apenas cinco são estrangeiros.

Entre alguns dos responsáveis pela investigação que se faz em Portugal há consensos. Todos saúdam o salto no desenvolvimento da ciência no país e dizem que temos investigação de topo por cá. Um reflexo desse avanço é, por exemplo, o facto de muitos dos doutoramentos já se realizarem em Portugal. Por outro lado, reconhecem o papel determinante das bolsas da FCT. A ligação com a indústria é importante para fixar recursos qualificados, mas Portugal ainda está muito atrasado neste domínio. Pois, nem tudo são rosas. Exemplos? António Coutinho, do IGC, refere o financiamento irregular e a necessidade de fazer "uma poda" capaz de eliminar a investigação de má qualidade que tem sido apoiada em Portugal. O director do ICG também toca na ferida dos direitos dos bolseiros: "Se eu mandasse alguma coisa, a primeira coisa que eu mudaria era inseri-los na sociedade activa. É o mais urgente." Há ainda o problema do dinheiro quando comparamos um contrato de 100 mil euros por ano com a FCT com um acordo de um milhão e meio ou dois milhões de euros por três anos celebrado com o European Research Council. Porém, o responsável do centro lembra que liderou o primeiro programa doutoral no país (uma parceria com a FCT entre 1993 e 2000), que envolveu 101 pessoas e conclui: "Já voltaram 70." Por fim, sublinha: "Mas, mais do que se são portugueses ou não, interessa-nos que sejam bons e tenham o espírito de construir alguma coisa."

Boaventura Sousa Santos, director do Centro de Estudos Sociais, propõe transformar "as bolsas de pós-doutoramento em contratos junto das instituições" para estancar a fuga de cérebros. "Tenho tido vários colaboradores que, após vários anos de bolsas, acabam por concorrer, e ganhar, como reconhecimento da sua qualidade, posições em instituições de excelência no estrangeiro", nota. A FLAD, por seu lado, não está preocupada com a fuga de cérebros. "É bom termos gente a fazer ciência lá fora e que continuem a colaborar com as instituições em Portugal. O programa de bolsas que lançámos agora não é mais do que um incentivo a que isso aconteça mais", explica Paulo Zagalo e Melo, director da FLAD para Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação.

Além dos institutos, há novas portas de entrada, como os laboratórios associados e as parcerias do Governo com o Instituto de Tecnologia do Massachusetts (MIT) e acordos com as universidades de Carnegie Mellon, Harvard e Austin. Porém, para quem fica fora destes "oásis" por vezes a única solução ainda é a fuga lá para fora. Rui Costa, um "cérebro" português que voltou recentemente, alerta: "Sim, estamos a conseguir atrair os investigadores. Mas será que os vamos manter?"

 Com Maria João Lopes e Teresa Firmino

 


Ciência em números

 


115

O Centro de Estudos Sociais tem 115 investigadores, a maioria ligada à Universidade de Coimbra. Vinte são investigadores doutorados em full time, 12 dos quais estrangeiros

70%

Dos spin-offs do sistema científico nacional em 2005-2009 70% dedicaram-se a áreas de alta intensidade tecnológica

4500

As bolsas concedidas entre 1994 e 2008 pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) ascenderam a 4500

150

Entre 150 investigadores da Biocant, apenas cinco são estrangeiros

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Tempo e atenção

por papinto, em 17.04.10

RR online 16-04-2010 20:01

Há dois recursos crescentemente escassos nas nossas vidas: tempo e atenção.

 

Na gestão do tempo, de que já falei neste espaço, há três componentes fundamentais a optimizar: o tempo gasto em deslocações; o tempo gasto em reuniões; e o tempo que gastamos a recuperar de interrupções.

Com os novos sistemas de teleconferência de alta qualidade vai ser possível minimizar o tempo gasto em deslocações no âmbito local e internacional.

Muitas empresas limitam o tempo das reuniões a uma hora. Uma boa sugestão para a gestão das reuniões em instituições portuguesas.

As interrupções implicam sempre mais cinco minutos de tempo de recuperação do fluxo de trabalho. Temos que transformar mensagens síncronas em assíncronas para eliminar interrupções. Sem essa transformação nunca teremos os blocos de tempo necessários para reflectir e imaginar.

Em relação à captação da atenção, estou convicto que vamos ter um novo tópico no nosso ensino: como criar surpresas.

Um livro clássico sobre este tema é “The Book of Surprises” de Rudolf Flesh publicado em 1965.

A procura de sistematização da surpresa estará presente em todas as áreas.

O papel decisivo em muitas delas virá daqueles que mais nos têm surpreendido ao longo da história: os artistas.

 

António Câmara Presidente da YDreams

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